Os métodos que descrevo, são apropriados ao espaço que tenho, à disponibilidade de tempo e ao que pretendo com os meus canários, sendo que cada criador os deverá adaptar conforme os seus objectivos.

domingo, 27 de maio de 2007

Como eu faço...

Mistura de papa para as crias...

Durante as criações, há necessidade de preparar-mos uma papa o mais completa possível sendo igualmente apetecível para as nossas jovens crias.Com o método que utilizo, não querendo dizer que é o ideal, tenho obtido excelentes resultados, com nenhuma morte de crias até a presente data:

Começo por juntar uma parte de couscous para duas de água;



Ao fim de aproximadamente 30 minutos, obtemos uma pasta bastante volumosa e húmida;



Seguidamente juntamos aos couscous já humedecidos as sementes previamente cozidas durante cerca de 20 minutos, obtendo-se assim uma pasta de aspecto bastante apetitoso;



Finalmente só nos resta misturar às respectivas papas com ou sem factor, na proporção que achar-mos conveniente por forma a ficar uma mistura solta e húmida. Sirvo-a em pequenas tacinhas ou comedouros nas quantidades necessárias para as crias nos viveiros e nas que já estão no voadoro, de notar a alegria com que comem, um verdadeiro festim.



De notar ainda, que podemos juntar algumas vitaminas a este preparado, no meu caso particular junto sempre algumas gotas de Propólis e de óleo figado de bacalhau...
Ricardo Ferreira

domingo, 6 de maio de 2007

Canários de cor...

O canário silvestre é verde raiado de preto ou castanho. As penas da cabeça, dorso e lados têm nervuras escuras. As penas das asas e cauda são escuras. Estas cores provêm de duas substâncias corantes chamadas melaninas.
As de tons pretos são eumelaninas.
As de tons castanhos são phaeomelaninas.
Comparando com o pássaro domesticado, o canário silvestre tem igualmente riscas ao longo do corpo, pretas acinzentadas e acastanhadas.
Nos canários silvestres é mais evidente a diferença entre sexos. As cores são definidas por dois grupos:
Cores lipocrómicas
Cores melanicas
As lipocrómicas provêem dos carotenóides das plantas verdes. As aves absorvem estas substâncias na alimentação e o organismo transforma-as em cores lipocrómicas, transportadas pelo sangue até às penas. Somente se verifica durante a muda das penas, sendo importante que neste período as aves comam vegetais, para apurar a sua bonita cor, principalmente nos de factor amarelo e vermelho. Quando a muda terminar, a alimentação deixa de ter influência nas substâncias lipocrómicas. A substância lipocrómica (cor - base) é amarela no canário verde. Uma mutação faz com que esta substância se torne numa cor base branca, da qual os canários acinzentados, assim como brancos ou em parte brancos, provêm. A mesma mutação, que permitiu a cor base amarela transformar-se em branca, pode ser transferida, através de cruzamentos, para outras mutações, dando canários castanhos, ágata e isabel.
Uma terceira cor é a vermelha, mas contráriamente ao que acontece com a branca, não é conseguida através de mutação, mas sim, por hibridação com cardeal vermelho (Spinus cucullatus) da Colômbia e Venezuela. Este cruzamento teve como finalidade obter um canário vermelho, o que até certo ponto foi conseguido.

As cores escuras, ou melánicas, têm influencia não só no padrão (riscas), nomeadamente das penas das asas e da cauda, mas também na cor base. Ao contrário do que acontece com as lipocrómicas, a alimentação não exerce influência sobre as melánicas. O branco da cauda, assim como partículas amarelas nas penas menores, aparecem através de mutações. A escolha destas aves coloridas, permitiu o surgimento dos canários matizados de amarelo e amarelos lisos. Nos canários coloridos, as melaninas não se espalham regularmente por toda a plumagem, mas sim em partes definidas: como a cabeça; à volta dos olhos; peito; lados; dorso; pescoço e penas exteriores da cauda.
No interior da sua plumagem existem muitas variações que vão desde o verde com uma ou apenas algumas penas de cor clara até ao amarelo liso com apenas algumas penas escuras.
Existe ainda um factor muito raro: factor óptico "azul" – que tem influência nas células das penas. Ele transforma a cor amarela em amarelo – limão, com um brilho esverdeado, cinzento – ardósia para azul metálico, e faz com que os pássaros vermelhos tenham uma cor mais intensa. Na cor amarela, podem-se constatar duas variantes, provocadas por diferentes estruturas de penas. Uma delas é amarelo vivo, e outra amarelo claro. Actualmente a estas diferenças chama-se respectivamente intensa e nevada. Os pássaros de cor intensa são aparentemente menores e mais elegantes, devendo-se ao facto da plumagem ser mais fina e menos cerrada do que nos pássaros de cor nevada. Nestes, as penas são largas e a cor base não chega a atingir as pontas das penas. Nos pássaros de factores amarelo e vermelho, as pontas das penas são brancas, o que faz parecer que a plumagem está salpicada de geada. Esta estrutura de penas, também se encontra em todas as outras cores, mas é mais visível nos pássaros de cor base amarela ou vermelha. Nos pássaros nevados de cor verde, as pontas das penas são cinzentas. Nos de cor base branca, é mais difícil diferenciar intensos e nevados.
Uma terceira cor lipocrómica, chamada mosaico, aparece mais realçada nos pássaros de factor amarelo ou vermelho. Nos pássaros mosaico, a plumagem é amarela/vermelha – esbranquiçada, mas com uma base amarela/vermelha mais intensa no ângulo dos olhos, peito, ombros e uropígio.
Esta cor aparece com maior expressão nos machos. Este padrão mosaico também se encontra noutras cores, embora não sendo tão notórias.
Ricardo Ferreira

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Separação dos filhotes


Este artigo pretende mostrar um método de separar os filhotes dos pais, sem que se tenha problemas de maior. Os principais problemas que acontecem são os constantes ataques que os pais fazem aos seus filhotes, e uma separação precoce não permitindo que os filhotes aprendam a comer suficientemente, muitas vezes levando-os à morte, ou obrigando-nos a alimentá-los manualmente.

Um dos métodos baseia-se em separar a fêmea da gaiola de criação, pondo-a noutra (sem ninho), quando os primeiros filhotes estão entre o 30º e o 35º dia de vida. Deixa-se apenas o macho na gaiola, para que ele termine o trabalho de alimentar e ensinar os seus filhotes.

Após 10 dias aproximadamente, já é possível separar todos os filhotes alimentando-se correctamente e, sem que os mesmos tenham sido atacados pela mãe que anseia construir novo ninho. Logo de seguida coloca-se novamente a fêmea na gaiola que contém o macho e verifica-se que em função do pequeno período que o casal esteve separado, a fêmea está mais fortalecida e alimentada para iniciar um novo ciclo de postura e criação.

Em casos de machos indiferentes pela tarefa de alimentação, pode optar-se por separar o macho e deixar as crias com a fêmea, contudo esta não estará tão bem fortalecida para uma nova tarefa de criação, pois não passou pelo período de repouso.
Ricardo Ferreira
Os métodos que descrevo, são apropriados ao espaço que tenho, à disponibilidade de tempo e ao que pretendo com os meus canários, sendo que cada criador os deverá adaptar conforme os seus objectivos.